quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Tic-tac no sentido anti-horário


Baseado no filme ‘O Curioso Caso de Benjamin Button’ (Se você ainda não viu, não perca a chance quando ela surgir)

Imagine um relógio antigo onde os ponteiros fossem no sentido anti-horário. E com esse relógio fosse o curso de sua vida. Só imagine...
No começo você não compreende porque um espírito tão leve e tão inocente como o seu está no corpo de alguém que aparenta ter vivido muitas experiências. Você tenta libertar tudo o que deseja, mas o seu corpo não reage aos seus pensamentos e não permite certas audácias.
O tempo vai passando, todos à sua volta vão envelhecendo a cada dia e você vai rejuvenescendo e ficando totalmente mais a vontade para explorar tudo o que tinha vontade mais não podia pelas limitações do corpo que era mais vulnerável.
O pior deve ser ver como as pessoas vão passando pela estrada da vida e vão para outra jornada, e você com mais jovialidade no desenrolar dos anos, vendo todos indo numa direção e você em outra.
Apesar dos pesares, você ainda consegue ter algumas experiências no seu devido tempo, porém algumas precoces demais ou tardas demais. Você vai tentando ter a vida social mais comum, mas sabe que uma hora ela passará a ser incomum e totalmente oposta ao restante dos outros.
Muitas frases que se ouvem por aí se encaixam na sua metodologia: “Nada é eterno”, “O tempo é o melhor remédio”, “Tudo vai melhorar”, entre outras. E com elas você vai levando a vida e aproveitando tudo o que puder, pois sabe que no fim, pelo menos pra você, tudo vai ser diferente. O corpo continua a rejuvenescer e as experiências vão aumentando junto com a idade. Só que o cérebro vai perdendo a capacidade de lembrar-se de todas elas, pois enquanto se fica mais novo a capacidade de armazenamento de tudo o que passou vai diminuindo, ficando de acordo com a idade corporal que se tem.
E no fim, acabará como um bebê recém-nascido que desconhece tudo à sua volta e tudo o que se passa consigo mesmo, deslumbrado com o tudo o que vê e percebe ao redor de si. E com esse último olhar você fecha os olhos pra esse mundo onde todos viviam num sentido e você foi o único que viveu no sentido oposto.

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