terça-feira, 31 de agosto de 2021

Sem Medo de Falar - Relato de uma vítima de pedofilia - Marcelo Ribeiro

 

O silêncio é o melhor amigo da pedofilia.

O pedófilo avança aos poucos, recua, avança com cuidado novamente. [...] Em inglês, existe uma palavra para definir a estratégia de sedução do abusador de menores: grooming.

O pedófilo se comporta como um protetor, um líder, uma fonte de inspiração.

Abusos sexuais são mais domésticos e mais rotineiros do que as pessoas imaginam.

Muita gente pensa que o pedófilo é um ser estranho, desconhecido que um dia surge do nada e aborda a criança de surpresa, em algum lugar isolado.

A pedofilia envolve um adulto e uma criança. O adulto é capaz de entender o que é pedofilia.

A pedofilia, portanto, não envolve uma relação de igualdade, mas de subjugação, de domínio do adulto sobre a criança.

Não tinha maturidade física nem psicológica para passar pela experiência de ser abusado sexualmente.

É muito difícil confessar isso, mas havia um lado meu que ansiava por eles. [...] Não é fácil explicar que havia atração e repulsa.

As chances de uma pessoa nessa situação explorar sua sexualidade com alguém que esteja muito próximo e que ela admire são muito grandes.

Pela primeira vez senti que não havia afeto e que, na verdade, eu estava sendo usado para satisfazer seu desejo doentio.

Passei a me sentir desconfortável e sem forças para reagir. [...] como eu poderia explicar alguma coisa, fosse para o maestro, fosse para minha família?

Ele não contava com o fato de eu ter me preparado para aquele momento, para a primeira insubmissão.

Se uma criança conta que está sendo vítima de um abusador [...] se um adulto revela que foi vítima de um abusador [...] no primeiro (caso), perde-se a noção da importância do apoio à vítima; no segundo (caso), a consciência da urgência da ação contra o abusador.

As denúncias de casos de pedofilia, quando ocorrem, são tardias.

Livro 03/2021

26/02/2021

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domingo, 8 de agosto de 2021

Dia dos Pais (08/08/2014)

Para que sejamos abençoados com mais uma vida linda que chega no mundo, precisamos do envolvimento afetivo entre duas pessoas e comprometimento deles de que serão cuidadosos e ensinarão tudo o que for bom para o novo ser.
Uma dessas pessoas é o cara que consideramos mais importante na nossa vida. Aquele que quando somos bebês nos jogam para o alto, nos fazem rir, trocam nossas fraldas, cuidam da nossa mãe durante aqueles primeiros dias após o nosso nascimento e nos consideram uma preciosidade.Quando crescemos um pouco, esse cara se torna aquele que continua nos fazendo rir, brinca conosco, continua cuidando da nossa mãe, nos ajudam a inventar algo mirabolante para tornar a nossa bagunça mais agradável e divertida, tornando-se o super-herói da nossa casa e da vida real.Já na adolescência o relacionamento começa a ter complicações, pois as mudanças dessa fase nos irritam e desesperam e parece que sempre temos esse cara contra nós. Caramba viu! Mas o que será que tem de tão errado com a gente pra ele nos proibir de tudo e não deixar a gente fazer nada? Pensamos isso quando na verdade essa é a fase que esse cara está mais preocupado e mais cuidadoso com a gente, mesmo que percebamos essa realidade. Essa é a fase de mais discussões, mais brigas, mais palavras medíocres que saem da nossa boca involuntariamente.Quando ficamos jovens, as coisas melhoram. As conversas começam a fluir, os questionamentos sobre as dificuldades da vida adulta, o recebimento de conselhos, pois queremos saber de tudo antes de fazer qualquer besteira. Esse talvez seja o momento de "calmaria" depois da tempestade "adolescente", pois é quando percebemos os atos passados, as proibições e preocupações.Quando chegamos a fase adulta, aí sim tudo fica melhor de se resolver e acredito ser a época em que mais valorizamos esse cara, a época em que somos mais gratos a tudo o que já fizeram por nós e para nós. A nossa preocupação com eles fica evidente e dos dois lados se percebe a reciprocidade do amor, carinho e atenção dessa relação eterna.Há quem diga que as meninas tem mais afinidade, talvez por conta do maior cuidado que possuem por elas, a maior preocupação de sofrimento, tratando-as com mais delicadeza para ressaltar a fragilidade e acompanhar mais de perto todos os passos até a difícil hora da independência. Já com os meninos são cúmplices no futebol, ao soltar pipa, correr pela rua e pela casa, nos conselhos sobre as paqueras e as paixonites do dia-a-dia e por já estimularem uma grande força para se tornarem homens fortes.Por isso é que devemos beijar e abraçar muito esses caras que se importam tanto conosco e só querem ver a nossa felicidade, mesmo sendo difícil nos libertar para a vida. Nunca deixem pra depois qualquer gesto afetivo, pois a vida dá muitas voltas e numa velocidade que a nossa pequena consciência não compreende. Vamos aproveitar TODOS os momentos!!!A todos os que pertencem a esse grande time um FELIZ DIA DOS PAIS!!!

Texto escrito para publicação no blog e perfil das redes sociais do Grupo Jovens Solidários (Pastoral da Juventude) da Comunidade São José, Paróquia São Pedro e São Paulo, São Bernardo do Campo, SP.


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